A Biblioteca Pública Municipal do Porto possui "uma biblioteca sonora, que serve cerca de mil utilizadores, entre os quais idosos e deficientes visuais e motores. Sem sair de casa, o utente pode escolher um dos livros disponíveis num catálogo de gravações e envia, com o pedido, um número de cassetes, consoante a extensão da obra. Depois, resta-lhe aguardar a devolução das cópias pelo correio. Nem o mais exigente dos leitores ficará impossibilitado de satisfazer a sua sede de saber. Caso o livro pretendido não faça parte dos arquivos, a biblioteca encarrega-se de o encontrar, recrutar os locutores e proceder à respectiva gravação, sem qualquer custo adicional para os utentes. Na verdade, o contributo do público é uma importante fonte de novos títulos. A biblioteca sonora foi oficialmente inaugurada em Março de 1972, tendo entrado em funcionamento em finais de 1971. Inspirada no Royal National Institute for the Blind, da Grã-Bretanha, propõe-se facultar a um público restrito, composto por portadores de deficiências visuais ou motoras e idosos, leitura gravada, nas suas componentes de produção e distribuição. Além dos utilizadores individuais, o sistema abrange instituições de índole diversa, como o caso das escolas de ensino integrado, associações culturais, centros de reabilitação ou entidades ligadas aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. O êxito da iniciativa é atestado pela maré de expansão, que, semeada no Norte do país, rapidamente chegou além-fronteiras, atingindo países como a Itália, Alemanha ou mesmo o Brasil. Detentora de um arquivo em constante crescimento, ascendem já a cinco mil os títulos que integram os seus fundos bibliográficos. As instalações da biblioteca, equipadas com cabinas e material de gravação, constituem palco das sessões de leitura, realizadas por locutores contratados e voluntários. A troca de informação entre a biblioteca sonora e os seus utentes assume-se, por conseguinte, como o fio condutor de um projecto cultural com fortes potencialidades e resultados palpáveis, ou audíveis, conforme o desejo do leitor." Nuno Sousa
Fonte : Guia do Lazer - Público
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